terça-feira, 2 de outubro de 2007

DIÁRIOS

Muita gente tem o hábito de registrar pensamentos em seus Diários. Desde bem jovem, tive meus cadernos onde, além de anotar os fatos importantes de cada dia e tecer reflexões sobre eles, colava recortes de jornais, rótulos, etiquetas, notas fiscais e outros “recuerdos” das coisas que vivi. Em épocas de sobrecarga de trabalho, o Diário virava um verdadeiro “devezenquandário”, onde só escrevia quando podia roubar uns minutos das muitas obrigações que me cabiam. Faço do meu Diário um espaço onde posso escrever tudo que penso, sem preocupações com a forma, sem rigor na colocação dos pronomes, pois são páginas que nunca foram nem serão lidas por ninguém. Já estou no caderno número 70, tão longa tem sido a minha vida. O que me preocupa é que, com essa mania, deixarei para depois da minha morte o trabalho de jogar fora toda essa papelada que só tem interesse para mim. Desde já, peço desculpas por esse previsto trabalho que meus descendentes herdarão.

sábado, 22 de setembro de 2007

A Bienal é uma grande festa de livros

Nos três imensos pavilhões, com suas avenidas e ruas repletas de estandes de todos os tipos, a Bienal recebe uma variedade indescritível de visitantes, de todas as idades, que transitam para lá e para cá, detendo-se nesta ou naquela livraria ou editora para comprar livros ou simplesmente para olhá-los. Há livros de todos os feitios e tamanhos, desde os minilivros que cabem na palma da mão, até um livro gigante, de 2m de altura.

Por toda parte encontramos os locais com debates, mesas-redondas, cafés literários, contação de histórias, encontros com autores e os tradicionais lançamentos de livros e horas de autógrafos. Quando o autor é famoso e a obra em questão é conhecida do público, formam-se grandes filas para os autógrafos. Os escritores menos divulgados ou quase anônimos (como é o meu caso) recebem apenas um ou outro amigo que vai prestigiar o seu lançamento e receber o seu autógrafo. Mas o ambiente é tão festivo e são tantas as chances de encontrar os desejados livros, que até esquecemos o cansaço da longa viagem que nos leva ao Riocentro e saímos felizes de lá.

sábado, 25 de agosto de 2007

Eu na Bienal

Se a publicação de meus dois livros representou um capítulo especial de minha vida, antes nem sequer imaginado, que dizer do convite que me chegou para participar da XIII Bienal do Livro que ocorrerá em setembro no Rio de Janeiro?

Sempre me interessei pela Literatura e, assim, cada Bienal atraía a minha atenção. Dei a sorte de ter tido a chance de visitar várias delas, com direito a comprar alguns livros e até a entrar em filas de autógrafos, voltando para casa feliz com minhas aquisições.

Agora, vejo-me agendada para novo lançamento de meu romance, Cabine Individual, no estande da Nitpress, no dia 15 de setembro, às 18h30min, lá na Bienal. Quando poderia ter imaginado uma coisa dessas? Nunca!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Escrevendo...

O tempo que dedico à leitura é bem maior do que o costumeiramente aplicado nos meus escritos. Mas as duas atividades são igualmente importantes na minha vida e só por algum motivo muito forte deixo qualquer delas de lado por um ou mais dias.

A leitura é, para mim, um grande prazer, uma necessidade, um vício. É um alimento que não pode faltar para a satisfação da minha alma. A escrita é, de modo geral, um simples hábito, ou uma mania, que me permite registrar impressões sobre tudo que vivo, pensamentos, sentimentos, etc. O impulso de escrever dando um sentido literário a idéias que brotam em momentos de inspiração começou tardiamente em minha vida. De tudo que produzi, nesse sentido, publiquei apenas dois livros que, inicialmente, pensava em guardar só para mim, pois não os imaginava sendo lidos por outras pessoas. Até hoje me causa estranheza a idéia de que alguém possa estar lendo os meus livros, embora já tenha tido experiências lindas com os pareceres amigos e carinhosos que alguns leitores me ofereceram.

Tenho algum material escrito, que não sei se chegarei a transformar em livros. Mas estou certa de que continuarei a atender ao impulso que me faz colocar no papel os pensamentos que vão surgindo, diante do simples ato de viver. Por isso, espero que esses sofridos olhos resistam por mais algum tempo, para que eu possa prosseguir escrevendo, escrevendo, escrevendo...

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Lendo...

Tenho, no meu quarto, uma pequena estante onde guardo os livros que esperam, preferentemente, o momento de serem lidos. São quase 2 centenas de volumes que aguardam a sua vez. Uns antigos, que, por inexplicáveis motivos, foram deixados indefinidamente para depois; outros, recentes, com menos de um mês de espera.

Não tenho um critério lógico na escolha de minhas leituras. Costumo dar certa urgência aos livros que recebo de presente, desejando poder contar logo as minhas impressões sobre a sua leitura ao (à) gentil ofertante. Também dou prioridade aos livros que me emprestam, para poder devolvê-los sem demora.

Não é raro que eu mergulhe na leitura de mais de um livro ao mesmo tempo. Lá ficam dois ou três com os seus marcadores, esperando que eu dê uns momentos de atenção a cada um deles. No momento, estou com apenas quatro livros em andamento, mas já cheguei a ter sete, o que a mim mesma parecia um absurdo. Mas dei conta de todos eles e já muitos outros passaram por minhas mãos e foram levados para a biblioteca, destino dos livros já lidos, ocupando um lugar na estante dos livros escritos na língua portuguesa, ou na outra, dos devidamente traduzidos.

Não gostaria de morrer sem ter lido todos os meus livros. Não sendo capaz de reprimir o desejo de comprar, com freqüência, novos livros, talvez esse desejo não seja realizado. Mas, enquanto meus cansados olhos permitirem, espero continuar lendo, lendo, lendo...

domingo, 15 de julho de 2007

Breve história de um romancinho

No longínquo agosto de 1993, lendo o Jornal do Brasil, deparei com o Jorge Amado, meio sorridente, que apontava para mim, dizendo: “O seu livro vai fazer sucesso.”

Logo abaixo, o convite: “Pode escrever.”

Voltei àquela página várias vezes e lá estava o amável convite do Jorge Amado que incitava à aventura de escrever. Escrever é coisa que fiz a vida inteira, mas nunca tinha tido coragem de me aventurar a pôr no papel algo como um romance. Mas olhando o jornal, uma voz interior me dizia: “Escreva, ande, deixe de preguiça!”

Busquei papel de rascunho e caneta e me pus a escrever as páginas iniciais de um hipotético romance. Estava com a história encadeada na cabeça, mas escrevi apenas treze páginas e meia, naquele dia 7 de agosto. Depois parei, pensando que a tentativa seria inútil.

Por alguns dias, deixei de lado os meus manuscritos. Mas pensava neles e já estava com o enredo da história completo a povoar os meus pensamentos. Buscando novamente os papéis, escrevi mais doze páginas do romance. Nos dias seguintes, aproveitei cada horinha vaga para dar continuidade ao que viria a ser o meu primeiro romance, que concluí no dia 14 de agosto. Contava, nele, uma mera história de amor, feita de sonhos e desilusões.

Datilografei o romancinho, que levou o título de Cabine Individual. Encadernei. Guardei na estante. E lá ficou ele até o início deste ano de 2007, quando decidi publicá-lo.

Logo que terminei de datilografar a Cabine Individual, ainda na empolgação de me sentir escritora, passei a trabalhar nos contos que viriam a dar origem aos Pequenos Amores, livro que também datilografei e encadernei e que foi guardado ao lado do romance, durante 12 anos.

Em 2005 decidi publicar os meus contos. No início de 2007 chegou a vez da Cabine Individual, que hoje estou lançando.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O meio-termo

Há uma boa diferença entre escrever para publicar e escrever para registrar idéias em diário, agenda ou outro meio particular usado para tal fim.

No primeiro caso, não se pode fugir à exigência óbvia de se cuidar da correção da linguagem, em respeito ao nosso leitor.

No segundo caso, porém, podemos nos permitir uma liberdade cômoda de não precisar de ter exagerado cuidado com o uso dos pronomes, com a repetição de palavras, com a exatidão das regências, deixando passar esses e outros deslizes, pois escrevemos apenas para uso próprio.

Penso que, ao escrever esses pequenos textos para o meu blog, tenho ficado no meio-termo, porque as reflexões são pessoais e modestas, sem o intuito de publicação. Vejo, porém, que tenho sido lida e, por certo, isso deveria me obrigar me tornar mais cuidadosa. Por outro lado, tenho visto que na Internet, onde se escreve quase sempre apressadamente, a linguagem é bem simplificada e permite um tom coloquial. Sendo assim, vou continuar dando um trato informal ao que venho escrevendo por aqui.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Poetas e prosadores são escritores

Várias vezes ouvi palestrantes de renome fazerem referência a poetas e escritores presentes no local do evento. Já li, também, notícias nos jornais que mencionavam escritores e poetas, dando a impressão de que os poetas não pertencem ao grupo dos escritores. É como se alguém dissesse ter visto animais e cachorros, ou frutas e laranjas. Cachorros devem estar incluídos entre os animais. As laranjas também são frutas. E os poetas também são escritores.
A distinção a ser feita é entre poetas e prosadores que, em ambos os casos, são escritores.
Os prosadores se diversificam em romancistas, contistas, ensaistas, cronistas, novelistas.
Para mim, esta classificação parece clara. Por isso, não entendo a confusão tão generalizada que é feita, não incluindo os poetas entre os escritores, citando-os como literatos que não fossem escritores.
Será que estou cemetendo algum erro no meu modo de entender o assunto?

Poetas e prosadores são escritores

sexta-feira, 29 de junho de 2007

As cartas não mentem jamais

Depois do lançamento do meu primeiro livro, “Pequenos Amores”, em cujos dez contos se cumpre o vaticínio de uma cartomante que prevê para a Rosa repetidos obstáculos em amor, várias foram as pessoas que me cobraram uma história onde eu mostrasse o seu “grande amor”, que certamente deveria ter existido. Em “Cabine Individual” atendo aos leitores curiosos e conto um novo caso de amor da Rosa, mais concreto, e que poderia ter sido grandioso, não fosse a predição, que não falhou, confirmando a crença de que “as cartas não mentem jamais”. Devo ter frustrado os leitores que esperavam um final feliz. Mas fui coerente com as palavras da cartomante.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Papéis amarfanhados

Lendo os Diários de Josué Montello, noto que ele fala, de vez em quando, nas folhas amarfanhadas que atira na cesta de papéis. Em filmes e novelas, é comum a cena em que alguém, ao ficar insatisfeito com o que acabou de escrever, amarfanha a folha rejeitada, atirando-a no lixo.

Na pequena cesta ao lado da minha cama só vejo papel picado. Rasgar o papel em mil pedaços – bem diferente de amarfanhá-lo – é o meu gesto usual quando rejeito algo que escrevi ou quando me desfaço da papelada que já não tem serventia. Não sei explicar a origem deste hábito, porque os exemplos, no que leio e vejo, bem poderiam ter me ensinado a amarfanhar papéis. Qualquer dia vou experimentar.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

O destino dos livros

Um escritor conhecido, falando sobre a dificuldade da distribuição de livros na nossa Cidade Sorriso, contou que muitas vezes o autor se vê obrigado a guardar os pacotes com os exemplares ocasionalmente encalhados embaixo da cama, por falta de outro lugar.

Quando estava providenciando o lançamento de meu primeiro livro, tinha uma cama com três gavetões, sob a qual não havia espaço para guardar os livros que encalhassem. Por via das dúvidas, troquei minha cama por uma de quatro pés, com amplo espaço, embaixo, para acomodar os pacotes, quando chegassem da editora. Eles ficaram lá por algum tempo, até que descobri que poderiam ser arrumados nas estantes, por detrás das fileiras dos seus livros. Melhor seria, porém, se eles se transferissem para as bancadas das livrarias e, depois, para as estantes dos leitores. Mas o destino dos livros de um autor pequeno e desconhecido é repousarem em algum canto escondido da casa.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Agulha no palheiro

Acontece, às vezes, de encontrarmos, num livro que pegamos para ler, falhas que dificultam a leitura. Já comprei livros que vieram com algumas páginas em branco, com páginas fora de ordem, com vincos pretos atravessando a página ou com impressões superpostas que tornavam a escrita ilegível.
Assim, quando editei meu primeiro livro, rezei para que não viesse com falhas. Tudo parecia correr bem, até que um leitor me ligou para avisar que as páginas de seu livro estavam embaralhadas. Evidentemente, troquei seu exemplar por um perfeito. E me dei ao trabalho de verificar todos os livros dos pacotes restantes, em busca de um caso parecido. Parecia estar procurando uma agulha no palheiro, abrindo e fechando pacotes, sem nada encontrar de errado. Apenas aquele livro tinha vindo com defeito e um amigo meu foi "premiado" com ele. Coisas que acontecem...

sábado, 16 de junho de 2007

QUANDO OS LIVROS VIAJAM

A maioria dos exemplares de meu novo livro que já me abandonaram passou a mãos de pessoas que moram em Niterói. Eles têm, agora, novos donos e domicílios.

Uma meia dúzia deles atravessou a baía de Guanabara e talvez estejam sendo lidos ali no Rio de Janeiro, bem pertinho, portanto.

Alguns viajaram mais e sei que quatro estão em Nova Friburgo, sentindo frio, e um no Inhambupe, no interior da Bahia, lá pertinho de Alagoinhas. Este está nas mãos de uma grande amiga que até já me deu notícias dele. Passa bem e não sente saudades da autora.

O livro que mais se afastou já deve estar em Portugal, país irmão, onde a língua em que o escrevi vai ser compreendida, mas talvez a minha história brasileira cause alguma estranheza ao leitor, que desconheço, mas que receberá o romance através de um amigo comum. Meu livro viajou para longe. Eu fiquei. Não coro ao dizer que, de certo modo, invejo a sorte do meu livro viajante.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Lancei um livro

No dia 1º de junho lancei meu novo livro: "Cabine Individual". É um pequeno romance.
Desde o dia em que decidi publicá-lo até o dia de seu lançamento, fiquei envolvida com uma série de providências que me fizeram deixar de lado as minhas reflexões que já começavam a se tornar costumeiras. Hoje volto a esta página para registrar a grande alegria que representou ver, no dia do lançamento do meu livro, tantas pessoas amigas que lá foram me prestigiar. Momentos assim representam uma boa parcela de felicidade em minha vida e sou grata a todos que lá estiveram.

sábado, 19 de maio de 2007

Inspiração

INSPIRAÇÃO

Um escritor precisa de inspiração para fazer os seus textos, para criar a sua obra literátia.

De onde vem essa inspiração?

Posso dizer que ela está em toda parte, desde que o que vemos, ouvimos e sentimos desperte no nosso íntimo certos pensamentos, certas associações, certas lembranças que servirão de tema para o que iremos escrever.

A inspiração pode sugir a qualquer momento. Minhas idéias muitas vezes brotam quando estou ocupada com algum afazer doméstico, ou viajando, ou caminhando pela rua. Nem sempre posso pegar papel e lápis para anotá-las. Mas quando me é possível, registro-as para que não se percam. Às vezes, acordo no meio da noite com idéias se formando na minha cabeça pensante, não sei a troco de quê. Não é raro fazer algumas anotações em plena madrugada.

Quando já estou com um projeto em mente, tudo que preciso é de tempo para sentar e escrever, deixando as idéias fluirem. Mas os dias são muito curtos e, apesar das muitas inspirações que povoam a minha mente, tem me faltado tempo para escrever.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Porteiros amáveis

Estou lançando meu segundo livro. É um momento de alegria que posso compartilhar com parentes e amigos, em reunião festiva. Os preparativos para o lançamento me ocupam, de forma agradável. Vou tomando todas as providências, pois é preciso decidir local, dia e horário, contratar um bufê, endereçar e remeter convites, agilizar a divulgação do evento.
Pela segunda vez, passei por uma bonita experiência, ao decidir distribuir os convites destinados aos conhecidos do meu bairro, entregando-os nas portarias dos seus edifícios. Constatei que tenho vocação para carteiro, dando conta da tarefa com grande desembaraço. E levava uma vantagem em relação aos carteiros profissionais, que deixam a corespondência para pessoas que não conhecem e nada significam para eles. No meu caso, cada edifício do meu itinerário me trazia boas recordações dos moradores a quem os convites se destinavam. Assim, o meu coração ia em festa, ao percorrer cada trecho das ruas do meu bairro, e ao tocar o interfone de cada prédio. Momentos bons, que se tornaram melhores pela acolhida amistosa que recebi em cada portaria. Todos os porteiros foram amáveis, atendendo-me sorridentes e solícitos. Devo-lhes, portanto, uma boa parcela da felicidade que venho sentindo durante os preparativos do lançamento do meu pequeno romance.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Gutenberg

GUTENBERG

Como já disse, adoro os livros e reverencio seus autores. Reverencio, também, a memória de Gutenberg que, embora não sendo o inventor da imprensa, como se pensava, com a criação dos tipos móveis teve seu nome ligado ao progresso da arte de produzir livros. Os livros que adoro. Para mim, ele sempre simbolizou o marco de uma época em que os livros deixaram de ser o resultado do trabalho dos copistas, passando à fase em que os tipógrafos assumiam o encargo de compô-los para que fossem impressos.

Os primeiros textos de minha vida foram manuscritos. Ainda muito jovem aprendi a usar a máquina de escrever. No exercício do magistério, tive que recorrer ao recurso de uma copiadora a álcool para reproduzir os textos que usaria com meus alunos. Feitas as cópias e a paginação, grampeava as folhas e punha uma capa. Com o opúsculo na mão, sentia-me um verdadeiro Gutenberg. Um Gutenberguezinho de meia-tigela, é verdade, mas nem por isso menos feliz com a obra realizada.

Hoje, usando o computador, porque os tempos mudaram, posso imprimir meus trabalhos em uma HP Deskjet ou passá-los para um disquete. Mesmo assim, minha admiração por Gutenberg continua intacta.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Uma descoberta

Era bem jovem quando comecei a me interessar pelos livros. Pensava, então, que, pelo seu poder de criar, os escritores eram deuses. Como deuses que eram, sentia-me distante deles, conhecendo-os apenas pelas suas obras. Os livros, criados por eles, eram objetos sagrados, dignos de adoração. Até hoje adoro os livros. Encanta-me a idéia de que às vezes tenho ante meus olhos um texto escrito nos primeiros momentos de nossa civilização, texto esse que arrastou através dos séculos aquelas mensagens de tempos tão longínquos. Por outro lado, posso ler, facilmente, através das traduções, os livros publicados em todas as partes do mundo, trazendo das mais remotas regiões suas páginas literárias cheias de diferentes teores de criação. Por tudo isso, minha adoração pelos livros será eterna.
Não demorei, porém, a descobrir - e confesso que isso muito me alegrou - que o escritor não é um deus mas, sim, um ser humano como outro qualquer. Gosto de ler biografias, memórias, diários e correspondência de escritores, para conhecer alguma coisa ligada à vida real de cada um.
Para minha felicidade, com o decorrer do tempo, vim a conhecer pessoalmente vários escritores, dos quais me tornei amiga, e agradeço aos céus que eles sejam humanos, e não deuses, porque assim posso com eles conviver.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Aprendizagens

No decorrer da vida - e a minha já é bem longa - aprendemos muitas coisas. O que eu jamais poderia ter imaginado é que um dia acrescentaria ao rol das minhas aprendizagens essa estranha forma de expressar pensamentos, através de um blog. Estou ainda engatinhando no uso desses espaços que nos são oferecidos, mas espero ter neles bons momentos para fazer uma das coisas de que mais gosto: escrever. Só não sei se alguém me lerá.