terça-feira, 15 de maio de 2007

Uma descoberta

Era bem jovem quando comecei a me interessar pelos livros. Pensava, então, que, pelo seu poder de criar, os escritores eram deuses. Como deuses que eram, sentia-me distante deles, conhecendo-os apenas pelas suas obras. Os livros, criados por eles, eram objetos sagrados, dignos de adoração. Até hoje adoro os livros. Encanta-me a idéia de que às vezes tenho ante meus olhos um texto escrito nos primeiros momentos de nossa civilização, texto esse que arrastou através dos séculos aquelas mensagens de tempos tão longínquos. Por outro lado, posso ler, facilmente, através das traduções, os livros publicados em todas as partes do mundo, trazendo das mais remotas regiões suas páginas literárias cheias de diferentes teores de criação. Por tudo isso, minha adoração pelos livros será eterna.
Não demorei, porém, a descobrir - e confesso que isso muito me alegrou - que o escritor não é um deus mas, sim, um ser humano como outro qualquer. Gosto de ler biografias, memórias, diários e correspondência de escritores, para conhecer alguma coisa ligada à vida real de cada um.
Para minha felicidade, com o decorrer do tempo, vim a conhecer pessoalmente vários escritores, dos quais me tornei amiga, e agradeço aos céus que eles sejam humanos, e não deuses, porque assim posso com eles conviver.

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