domingo, 15 de julho de 2007

Breve história de um romancinho

No longínquo agosto de 1993, lendo o Jornal do Brasil, deparei com o Jorge Amado, meio sorridente, que apontava para mim, dizendo: “O seu livro vai fazer sucesso.”

Logo abaixo, o convite: “Pode escrever.”

Voltei àquela página várias vezes e lá estava o amável convite do Jorge Amado que incitava à aventura de escrever. Escrever é coisa que fiz a vida inteira, mas nunca tinha tido coragem de me aventurar a pôr no papel algo como um romance. Mas olhando o jornal, uma voz interior me dizia: “Escreva, ande, deixe de preguiça!”

Busquei papel de rascunho e caneta e me pus a escrever as páginas iniciais de um hipotético romance. Estava com a história encadeada na cabeça, mas escrevi apenas treze páginas e meia, naquele dia 7 de agosto. Depois parei, pensando que a tentativa seria inútil.

Por alguns dias, deixei de lado os meus manuscritos. Mas pensava neles e já estava com o enredo da história completo a povoar os meus pensamentos. Buscando novamente os papéis, escrevi mais doze páginas do romance. Nos dias seguintes, aproveitei cada horinha vaga para dar continuidade ao que viria a ser o meu primeiro romance, que concluí no dia 14 de agosto. Contava, nele, uma mera história de amor, feita de sonhos e desilusões.

Datilografei o romancinho, que levou o título de Cabine Individual. Encadernei. Guardei na estante. E lá ficou ele até o início deste ano de 2007, quando decidi publicá-lo.

Logo que terminei de datilografar a Cabine Individual, ainda na empolgação de me sentir escritora, passei a trabalhar nos contos que viriam a dar origem aos Pequenos Amores, livro que também datilografei e encadernei e que foi guardado ao lado do romance, durante 12 anos.

Em 2005 decidi publicar os meus contos. No início de 2007 chegou a vez da Cabine Individual, que hoje estou lançando.

terça-feira, 10 de julho de 2007

O meio-termo

Há uma boa diferença entre escrever para publicar e escrever para registrar idéias em diário, agenda ou outro meio particular usado para tal fim.

No primeiro caso, não se pode fugir à exigência óbvia de se cuidar da correção da linguagem, em respeito ao nosso leitor.

No segundo caso, porém, podemos nos permitir uma liberdade cômoda de não precisar de ter exagerado cuidado com o uso dos pronomes, com a repetição de palavras, com a exatidão das regências, deixando passar esses e outros deslizes, pois escrevemos apenas para uso próprio.

Penso que, ao escrever esses pequenos textos para o meu blog, tenho ficado no meio-termo, porque as reflexões são pessoais e modestas, sem o intuito de publicação. Vejo, porém, que tenho sido lida e, por certo, isso deveria me obrigar me tornar mais cuidadosa. Por outro lado, tenho visto que na Internet, onde se escreve quase sempre apressadamente, a linguagem é bem simplificada e permite um tom coloquial. Sendo assim, vou continuar dando um trato informal ao que venho escrevendo por aqui.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Poetas e prosadores são escritores

Várias vezes ouvi palestrantes de renome fazerem referência a poetas e escritores presentes no local do evento. Já li, também, notícias nos jornais que mencionavam escritores e poetas, dando a impressão de que os poetas não pertencem ao grupo dos escritores. É como se alguém dissesse ter visto animais e cachorros, ou frutas e laranjas. Cachorros devem estar incluídos entre os animais. As laranjas também são frutas. E os poetas também são escritores.
A distinção a ser feita é entre poetas e prosadores que, em ambos os casos, são escritores.
Os prosadores se diversificam em romancistas, contistas, ensaistas, cronistas, novelistas.
Para mim, esta classificação parece clara. Por isso, não entendo a confusão tão generalizada que é feita, não incluindo os poetas entre os escritores, citando-os como literatos que não fossem escritores.
Será que estou cemetendo algum erro no meu modo de entender o assunto?

Poetas e prosadores são escritores