No longínquo agosto de 1993, lendo o Jornal do Brasil, deparei com o Jorge Amado, meio sorridente, que apontava para mim, dizendo: “O seu livro vai fazer sucesso.”
Logo abaixo, o convite: “Pode escrever.”
Voltei àquela página várias vezes e lá estava o amável convite do Jorge Amado que incitava à aventura de escrever. Escrever é coisa que fiz a vida inteira, mas nunca tinha tido coragem de me aventurar a pôr no papel algo como um romance. Mas olhando o jornal, uma voz interior me dizia: “Escreva, ande, deixe de preguiça!”
Busquei papel de rascunho e caneta e me pus a escrever as páginas iniciais de um hipotético romance. Estava com a história encadeada na cabeça, mas escrevi apenas treze páginas e meia, naquele dia 7 de agosto. Depois parei, pensando que a tentativa seria inútil.
Por alguns dias, deixei de lado os meus manuscritos. Mas pensava neles e já estava com o enredo da história completo a povoar os meus pensamentos. Buscando novamente os papéis, escrevi mais doze páginas do romance. Nos dias seguintes, aproveitei cada horinha vaga para dar continuidade ao que viria a ser o meu primeiro romance, que concluí no dia 14 de agosto. Contava, nele, uma mera história de amor, feita de sonhos e desilusões.
Datilografei o romancinho, que levou o título de Cabine Individual. Encadernei. Guardei na estante. E lá ficou ele até o início deste ano de 2007, quando decidi publicá-lo.
Logo que terminei de datilografar a Cabine Individual, ainda na empolgação de me sentir escritora, passei a trabalhar nos contos que viriam a dar origem aos Pequenos Amores, livro que também datilografei e encadernei e que foi guardado ao lado do romance, durante 12 anos.
Em 2005 decidi publicar os meus contos. No início de 2007 chegou a vez da Cabine Individual, que hoje estou lançando.