sexta-feira, 29 de junho de 2007

As cartas não mentem jamais

Depois do lançamento do meu primeiro livro, “Pequenos Amores”, em cujos dez contos se cumpre o vaticínio de uma cartomante que prevê para a Rosa repetidos obstáculos em amor, várias foram as pessoas que me cobraram uma história onde eu mostrasse o seu “grande amor”, que certamente deveria ter existido. Em “Cabine Individual” atendo aos leitores curiosos e conto um novo caso de amor da Rosa, mais concreto, e que poderia ter sido grandioso, não fosse a predição, que não falhou, confirmando a crença de que “as cartas não mentem jamais”. Devo ter frustrado os leitores que esperavam um final feliz. Mas fui coerente com as palavras da cartomante.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Papéis amarfanhados

Lendo os Diários de Josué Montello, noto que ele fala, de vez em quando, nas folhas amarfanhadas que atira na cesta de papéis. Em filmes e novelas, é comum a cena em que alguém, ao ficar insatisfeito com o que acabou de escrever, amarfanha a folha rejeitada, atirando-a no lixo.

Na pequena cesta ao lado da minha cama só vejo papel picado. Rasgar o papel em mil pedaços – bem diferente de amarfanhá-lo – é o meu gesto usual quando rejeito algo que escrevi ou quando me desfaço da papelada que já não tem serventia. Não sei explicar a origem deste hábito, porque os exemplos, no que leio e vejo, bem poderiam ter me ensinado a amarfanhar papéis. Qualquer dia vou experimentar.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

O destino dos livros

Um escritor conhecido, falando sobre a dificuldade da distribuição de livros na nossa Cidade Sorriso, contou que muitas vezes o autor se vê obrigado a guardar os pacotes com os exemplares ocasionalmente encalhados embaixo da cama, por falta de outro lugar.

Quando estava providenciando o lançamento de meu primeiro livro, tinha uma cama com três gavetões, sob a qual não havia espaço para guardar os livros que encalhassem. Por via das dúvidas, troquei minha cama por uma de quatro pés, com amplo espaço, embaixo, para acomodar os pacotes, quando chegassem da editora. Eles ficaram lá por algum tempo, até que descobri que poderiam ser arrumados nas estantes, por detrás das fileiras dos seus livros. Melhor seria, porém, se eles se transferissem para as bancadas das livrarias e, depois, para as estantes dos leitores. Mas o destino dos livros de um autor pequeno e desconhecido é repousarem em algum canto escondido da casa.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Agulha no palheiro

Acontece, às vezes, de encontrarmos, num livro que pegamos para ler, falhas que dificultam a leitura. Já comprei livros que vieram com algumas páginas em branco, com páginas fora de ordem, com vincos pretos atravessando a página ou com impressões superpostas que tornavam a escrita ilegível.
Assim, quando editei meu primeiro livro, rezei para que não viesse com falhas. Tudo parecia correr bem, até que um leitor me ligou para avisar que as páginas de seu livro estavam embaralhadas. Evidentemente, troquei seu exemplar por um perfeito. E me dei ao trabalho de verificar todos os livros dos pacotes restantes, em busca de um caso parecido. Parecia estar procurando uma agulha no palheiro, abrindo e fechando pacotes, sem nada encontrar de errado. Apenas aquele livro tinha vindo com defeito e um amigo meu foi "premiado" com ele. Coisas que acontecem...

sábado, 16 de junho de 2007

QUANDO OS LIVROS VIAJAM

A maioria dos exemplares de meu novo livro que já me abandonaram passou a mãos de pessoas que moram em Niterói. Eles têm, agora, novos donos e domicílios.

Uma meia dúzia deles atravessou a baía de Guanabara e talvez estejam sendo lidos ali no Rio de Janeiro, bem pertinho, portanto.

Alguns viajaram mais e sei que quatro estão em Nova Friburgo, sentindo frio, e um no Inhambupe, no interior da Bahia, lá pertinho de Alagoinhas. Este está nas mãos de uma grande amiga que até já me deu notícias dele. Passa bem e não sente saudades da autora.

O livro que mais se afastou já deve estar em Portugal, país irmão, onde a língua em que o escrevi vai ser compreendida, mas talvez a minha história brasileira cause alguma estranheza ao leitor, que desconheço, mas que receberá o romance através de um amigo comum. Meu livro viajou para longe. Eu fiquei. Não coro ao dizer que, de certo modo, invejo a sorte do meu livro viajante.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Lancei um livro

No dia 1º de junho lancei meu novo livro: "Cabine Individual". É um pequeno romance.
Desde o dia em que decidi publicá-lo até o dia de seu lançamento, fiquei envolvida com uma série de providências que me fizeram deixar de lado as minhas reflexões que já começavam a se tornar costumeiras. Hoje volto a esta página para registrar a grande alegria que representou ver, no dia do lançamento do meu livro, tantas pessoas amigas que lá foram me prestigiar. Momentos assim representam uma boa parcela de felicidade em minha vida e sou grata a todos que lá estiveram.